O Benfica continuou em Moreira de Cónegos a fazer o que já tinha feito na Luz contra o Sporting, ou seja, a dar passos firmes na luta pela conquista do Campeonato Nacional.

Outra coisa não seria de esperar, mas numa fase em que a margem de erro é nula, é sempre prematuro contar com o ovo no dito da galinha e portanto, só depois do árbitro apitar para o final do jogo é que se poderá festejar a conquista dos 3 pontos.

Mais uma vez, tal como na Luz, Grimaldo, Cervi, Krovinovic e Jonas constituíram um quarteto demolidor que dinamitou todo o flanco direito do Moreirense. Do outro lado, Sálvio, teimou em fazer o que faz em 90% dos jogos, ou seja, perder bolas atrás de bolas. Se por um lado o Benfica atacava muito e bem, do outro, mal iniciava o ataque, a bola acabava quase sempre por ir parar aos pés dos jogadores do Moreirense; enquanto que dum lado se jogava a 1, 2 toques e de forma célere e com triangulações muito interessantes, do outro era Sálvio contra o mundo, uma vez que André Almeida esteve bastante mais comedido nas suas ofensivas e o argentino teimava em procurar resolver sozinho aqueles que eram problemas da equipa, o querer marcar golos.

Tal como na Luz, Pizzi e Krovinovic já não cometeram os erros posicionais que lhes tínhamos apontado contra o Estoril por exemplo, e isso coloca o Benfica muito mais perto de ganhar. No futebol é assim, há pequenos pormenores que fazem grandes diferenças; em organização defensiva ter os médios centro à frente da linha da bola é um pecado que poderá ser capital. Uma vez corrigido este aspeto, tudo fica mais fácil e a diferença de resultados dentro de campo é gigantesca.

Infelizmente para nós, Rui Vitória não é João Carvalho. O nosso treinador, a 7 de janeiro de 2018, descobriu que afinal “João Carvalho consegue ver o que muitos não conseguem ver.”. Pena que só agora Rui Vitória tenha conseguido perceber isso e continue sem perceber que Rafa e Zivkovic são jogadores que têm qualidade para jogar, fazer jogar e transportar a equipa do Benfica para um patamar qualitativo bastante superior ao até agora evidenciado.

Destaque para Rúben Dias que continua a mostrar enorme qualidade defensiva e uma confiança crescente que se nota particularmente na construção de jogo. É também por aqui que o Benfica tem crescido, pois ter um central que sem oposição invade os setores adversários é sempre, quanto a nós, a primeira opção para começar logo a criar desequilíbrios.

Felizmente há Jonas. O melhor jogador a atuar no campeonato português desde Deco, consegue ver e fazer aquilo que outros nem em sonhos conseguem imaginar. 4-3-3, 4-4-2, WM ou qualquer outra tática que vos apeteça colocar em campo, o que interesse é que Jonas esteja lá. Já aqui havíamos dito logo nos primórdios do 4-3-3, quando este ainda não havia sido testado, que jamais o Benfica seria campeão a jogar num 4-3-3 sem Jonas. Nem num 4-3-3 nem noutra tática qualquer. Porque a tática é apenas um ponto de partida direcionador para os jogadores saberem de onde têm que partir e não uma arquitetura que limite todo o jogar. Quem joga são os jogadores e é por isso que Jonas joga mais do que todos seja em que tática for, porque é mais jogador do que todos os outros. Claro que joga melhor em 4-4-2 porque tem um avançado que queima logo um defesa e lhe permite vir desde trás e perceber melhor os espaços livres que, com menos um defesa adversário, são maiores. Imaginar Jonas no vértice mais avançado de um losango com 2 avançados à sua frente seria o levar à loucura o potencial de futebol ofensivo que o Benfica dispõe. Mas isso já era fruta a mais para este camião – a equipa não dispõe de um defesa direito com as características para jogar neste sistema, por exemplo.

Tal como defendemos desde o início do ano, o Benfica tem algumas lacunas, pois não é fácil substituir um dos melhores guarda-redes e um dos melhores laterais direitos do mundo, mas mesmo assim, possui imensa qualidade no plantel, qualidade essa mais do que suficiente para lutar pelo título de Campeão Nacional. A prova terá que ser dada já no próximo fim-de-semana frente ao pior adversário que podia calhar nesta altura. Será o vai ou racha.