No dia seguinte ao jogo, ontem, os jornais desportivos era esta a mensagem que passavam. Não sei se os artigos foram encomendados ou se os jornalistas não percebem efetivamente nada de futebol.

Já após o jogo, Sálvio é eleito como o melhor em campo no Estádio da Luz. Aqui compreende-se, a maior parte dos adeptos não consegue ver além dos golos e das assistências. Sálvio fez um golo em que teve apenas que empurrar e uma assistência onde o tempo ideal para fazer o passe já tinha passado há muito, e apenas um Moreira que não larga a linha de baliza não foi capaz de intercetar o cruzamento que já é feito muito em cima do GR. Antes e depois disso continuou a somar más decisões e a jogar apenas para si – como comprova no lance do golo de Jonas, onde Almeida vai a fugir e Sálvio não lhe mete a bola; depois surge mais uma voltinha e com os papéis trocados entre Almeida e Sálvio, o português lança o argentino para ficar isolado e assistir Jonas. É a diferença entre jogar para si ou para a equipa, ou a diferença entre ter cérebro e não ter.

O mais irreal, é que a mensagem estendeu-se aos treinadores e dei por mim a pensar que tinha visto um jogo diferente.

O jogo que eu vi, confirmou o Estoril como a pior equipa da Liga, sem ter um pingo de consciência do que é saber defender, a cometer aquele que é  quanto a mim o maior erro de todos na arte de “não saber defender”. Linha defensiva muito subida e sem o mínimo de preocupação em fazer contenção no portador da bola. Qualquer bola metida nas costas da defesa origina uma jogada de muito perigo (quem ataca já vai em velocidade e de frente para o sítio onde a bola vai, quem defende está parado e tem que correr para trás) e se o Benfica até aproveitou algumas vezes para criar perigo assim, não criou mais porque segundo Rui Vitória “não caímos no erro de começar a bombear bolas para as costas da defesa”. Erro?? Uma defesa alta que não sabe defender, com um GR que raramente larga a linha de baliza, é um erro colocar bolas nas costas da defesa? M-E-D-O!

Defensivamente, ia fazer uma análise sobre a inexistência de meio-campo no Benfica, no entanto o Pedro Bouças já o fez no Lateral Esquerdo e por isso vejam o artigo aqui que está lá tudo.

Quando jogávamos com 2 médios, Pizzi raramente defendia (principalmente em transições), mas agora que jogamos com 3, são dois a não defender: Pizzi e Krovinovic. Começo a pensar se não será estratégia de Rui Vitória fazer com que os seus médios-centro não defendam para estarem mais preparados para a transição ofensiva. Se assim for é simplesmente parvo, porque a (não) defenderem assim, o mais certo é a bola ser levada em mãos até ao centro do terreno por um jogador qualquer.

Já contra o FCP houve momentos em que se notava isto, mas devido ao estilo de jogo que o FCP teve – baseado em esticões – não era claro se seria incapacidade ou escolha. Contra o Estoril foi claramente escolha (do treinador, dos jogadores ou da incompetência defensiva dos mesmos). Regra básica defensiva: jogador só está a defender se estiver atrás da linha da bola. Os médios-centro, pela posição que ocupam, devem ter como primeira preocupação colocarem-se atrás da linha da bola.

Snapshot 8 (05-12-2017 13-55)

Na imagem acima, retirado do vídeo de análise que fiz do jogo, pode-se ver assinalado com o nº 2, o erro que acima falávamos. Com 4×3 dentro da área, não há preocupação dos médios-centro em se colocarem em zonas onde possam vir a ser importantes.

Contra o Estoril o deserto no meio-campo foi ainda mais evidente, principalmente porque havia Lucas Evangelista que saía sempre a jogar, expondo os erros de posicionamento do meio-campo do Benfica.

4ªFeira jogamos contra a equipa portuguesa que melhor trata a bola. Ou melhoramos, ou só com muita sorte continuamos na Taça de Portugal.

Qual a vossa opinião do jogo contra o Estoril?