Antigamente, apenas os campeões de cada país tinham entrada na Liga dos Campeões (Uefa Champions League – UCL). Daí o nome. Com o passar dos anos, os países mais fortes tiveram direito a colocar mais equipas na UCL e os mais fracos menos. A partir do próximo ano, as 4 ligas mais fortes (Alemanha, Espanha, Inglaterra e Itália) colocarão diretamente(!) na fase de grupos 4(!) equipas cada! Assiste-se assim, a um alinhamento de regras de forma a permitir que os mais ricos estejam sempre presentes na Champions; porque afinal de contas, o futebol é uma indústria e, como tal, o seu objetivo maior é a geração de dinheiro. O que é mais interessante para um espetador? Assistir a um Man City-Atlético de Madrid ou a um Spartak Moscovo-Shakhtar Donetsk? O primeiro é entre “ricos” não campeões e o segundo entre “pobres” campeões. É esta a desculpa que eles dão, esquecendo que se todos fossem tratados como iguais, daqui a uns anos provavelmente o Spartak Moscovo estaria a dar 4-0 ao Atlético de Madrid. Por alguma razão, são muitas as grandes equipas do passado que já não se mantém no presente. Os ciclos mudam. Mas só se os deixarem mudar… Não queremos equidade, mas igualdade por si só já era bonito…
E é precisamente essa e outras manipulações de regras (supostamente a favor do público) que fazem do Sport Lisboa e Benfica um “pobre campeão”. Pobre, no sentido de falta de sorte, pois claro. Com a criação do “Pote dos Campeões” (Pote 1), o SLB encontra-se no pote teoricamente mais forte da Champions mas que devido à “manipulação” das regras, é um pote pouco mais forte do que…o terceiro!
A soma das posições do ranking das equipas constituintes dos três primeiros potes perfazem os seguintes totais:
Pote 1 – 178 pts
Pote 2 – 68 pts
Pote 3 – 232 pts
Como é fácil de deduzir, quanto menor o número, mais forte o pote. Ou seja, o pote 2 é claramente o pote mais forte, com uma diferença de 110 pts para o pote 1, apresentando este uma diferença de apenas 54 pts para o pote 3 (menos de metade da diferença do 2 para o 1).
Este ano, tal como nos anteriores, o vencedor da Liga NOS sai prejudicado no sorteio por ter sido campeão, enquanto que a 2ª melhor equipa portuguesa do Ranking UEFA tem saído sempre beneficiada.
Se na fase de qualificação da UEFA deveria ser empregue uma estratégia de igualdade (campeões classificam-se todos e 2ºs classificados disputam playoff por ex.), no sorteio da fase de grupos já faria sentido a elaboração de potes consoante o ranking (introduzindo desta forma um elemento motivacional para as diversas equipas quererem ser melhores). Mas tal não acontece e por isso, ano após ano, as equipas que chegam às meias-finais são quase sempre as mesmas, vindas dos mesmos países…
Fair Play – Igualdade para garantir distribuição de verbas pelos clubes de todos os países e ordenação na fase de grupos para garantir competitividade.
O problema do cartoon é que está inquinado à partida ao tomar por dois conceitos distintos termos que são sinónimos (é só ir ao Priberam e meter equidade). Mas de resto muito bem ilustrado com o que ambos diferem para o sorteio da UEFA.
E o Porto que acaba sempre no grupo com menor soma dos coeficientes?
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Caro Fernando Aguiar, apesar de sinónimos, as palavras diferem na sua aplicação tal como referido no desenho. Igualdade vem do latim aequalitas e equidade do termo latim aequitas. Podes procurar no Google pelas diferenças entre ambos, mas creio que o desenho é ilustrativo das diferenças.
Quanto ao FCP, tal tem acontecido porque temos sido campeões e pela criação do pote dos campeões. Que assim continue 😉
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