Tal como esperávamos, o Benfica jogou bastante bem e ganhou facilmente ao Marítimo. Tal como sempre defendemos aqui, quando tens em campo jogadores inteligentes, que conseguem perceber o que o jogo lhes pede, o sucesso fica sempre mais próximo.
O Marítimo começou bem, a pressionar alto e a impedir o Benfica de sair à vontade na fase de construção. Bem o Benfica aqui, em particular Varela, a não abdicar de sair a jogar pelo chão nesta 1ª fase de construção, saindo apenas longo já mais à frente quando tal se exigia.
No entanto, o primeiro golo do Benfica veio abalar a confiança dos insulares e a má definição das linhas defensivas, quando o Benfica conseguia surgir entrelinhas – em particular a definição da linha do elemento em cobertura, que acabava por ser a última linha – permitiu ao Benfica fazer variadas combinações que acabavam por desequilibrar toda a estrutura defensiva do Marítimo (pela má definição da altura dessa última linha).
Quando se tem jogadores como Pizzi, Zivkovic, Cervi, Grimaldo, Rafa e Jonas e o adversário os deixa jogar perto da sua última linha defensiva, vão haver estragos de certeza. Em zonas de criação, os cérebros são pura dinamite e isso tem-se vindo a notar jogo após jogo.
Para conseguirmos chegar a essas zonas de criação, tem sido fundamental a leitura de jogo que Pizzi e Zivkovic têm feito aquando da construção, percebendo sempre o lado por onde devemos atacar e uma vez a bola chegando a zonas de criação, as laterais têm servido sobretudo para abrir espaços no meio – à exceção de André Almeida que ainda pensa diferente de todos os outros.
Pizzi e Zivkovic estão neste momento a ocupar as zonas um do outro, jogando a toda a largura do terreno (embora mais na esquerda) e em função daquilo que o jogo lhes exige a cada momento (como se pode comprovar na imagem seguinte). Ganha o Benfica em imprevisibilidade e na criação de espaços que surgem através do princípio da mobilidade que cada vez mais este par tem colocado em prática.
Construindo bem e criando ainda melhor, o problema poderia estar no momento seguinte, aquando da perda de bola. Mas claro, quem tem Fejsa tem tudo e quem tem Fejsa, Rúben Dias e Jardel (este último ainda assim menos) corre o sério risco de asfixiar o adversário e não o permitir sair a jogar, ganhando logo no último terço do terreno uma quantidade anormal de bolas. Foi o que aconteceu no sábado, e já tem de resto acontecido nos últimos jogos.
A equipa tem tudo para crescer, mas cada jogo deverá ter a sua estratégia própria, pois o facto de estarmos a jogar bem não será suficiente senão estivermos preparados para a forma como o adversário jogará. O próximo jogo é disto um bom exemplo – mas teremos oportunidade para dissecar melhor este aspeto a meio da semana. Este e a provável substituição de Pizzi por João Carvalho.
Mainada. Queremos isto e ainda queremos mais e melhor. Até podemos perder isto ou aquilo mas a jogar assim estaremos sempre perto de muito sucesso.
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