Desde cedo que nunca escondemos as nossas preferências no que diz respeito aos jogadores (ou tipo de jogadores) que gostávamos de ver em campo.

Com o decorrer da época, as escolhas de Rui Vitória têm-se aproximado daquelas que defendíamos. No sábado frente ao Rio-Ave, o Benfica apresentou na 2ª parte 10 jogadores de campo que fazem parte do lote de jogadores que consideramos fazerem parte da “base inteligente” da equipa.

A principal diferença dá-se no centro do meio-campo, onde Zivkovic acaba por se impôr perante os Filipe Augustos, Samaris e Keaton Parks de outras vidas. Na direita, com a lesão de Sálvio, houve finalmente espaço para que Rafa pudesse mostrar a diferença que se consegue fazer só por se possuir um cérebro. Mesmo jogando do lado contrário daquele em que devia jogar…

Pensando no futuro a breve-prazo (antes do regresso de Sálvio), ainda temos João Carvalho no banco que a qualquer momento poderá conferir outras qualidades ao meio-campo benfiquista, fazendo por exemplo Zivkovic descair para a direita, Rafa para a esquerda e fazendo descansar o argentino Cervi (que tem estado a um nível brilhante!).

Com jogadores não formatados e que são capazes de ler o jogo, o Benfica aproxima-se muito mais do sucesso. Com Pizzi, Zivkovic, Rafa, Cervi e João Carvalho são 5 jogadores para 4 posições. E melhor do que isso, são 5 jogadores que a qualquer altura podem jogar em qualquer uma das 4 posições. Os jogadores inteligentes são assim, jogam o jogo e aquilo que ele lhes dá nas posições que, mesmo que por momentos, sejam obrigados a ocupar.

Imagine-se as possibilidades de combinações e dinâmicas que o Benfica possui neste momento com estes 5 jogadores a poderem trocar de posições entre si a qualquer altura do jogo, apenas e só porque foi isso que o jogo os levou a fazer. E não menos importante, com deus Jonas a apoiar todo e qualquer ato de inteligência que saia da cabeça e dos pés destes artistas pensadores.

Tal como vimos no sábado por exemplo, as trocas entre Cervi e Zivkovic, poderemos já no próximo jogo assistir ainda a mais trocas e à criação de diferentes dinâmicas dadas pelas diferentes individualidades a ocuparem os mesmos espaços em alturas diferentes.

Prevê-se uma nova onda no Benfica que, mesmo sem Krovinovic, deverá catapultar a equipa para exibições que poderão encher o olho de qualquer adepto que goste de futebol espetáculo. Saiba Rui Vitória aproveitar a polivalência deste quinteto e os resultados e exibições encarregar-se-ão de justificar as suas atuais escolhas.