O facto da baliza estar colocada no meio da linha final e não perto de uma linha lateral é um dos problemas para o atual jogar do Benfica e que já antes se tinha revelado no passado com Rui Vitória.
Analisando ainda o último jogo para o campeonato, verifica-se que 15 passes que ultrapassaram adversários foram efetuados na zona central (13 no MC e 2 no ataque, mas a maior parte deles a ultrapassarem poucos jogadores), 18 na ala direita (17 no MC e 1 no ataque) e 31 na ala esquerda (19 MC e 12 ataque).
Ora isto não seria um problema se a baliza estivesse perto da linha lateral, ou a distância mais curta entre o sítio onde a bola é colocada quando o jogo começa e a baliza adversária não fosse um segmento de recta mas fosse sim uma semi-circunferência que passasse por Aveiro e regressasse ao Estádio da Luz.
Essa velha técnica do futebol de ir à linha e cruzar não é só estúpida porque a baliza está no meio, mas também porque a bola se estiver nos meus pés é minha, enquanto que se estiver no ar é de todos (exceto se jogarmos contra o FCP pois aí é deles).
Serve este artigo para repararem no jogo com o Estoril (esperamos que não aconteça isso claro!) e observem a quantidade de vezes que o Benfica varia de flanco e há espaço no meio para colocar a bola mas esta não é colocada.
Enquanto que nas melhores equipas o meio é sempre a primeira hipótese procurada (a velha questão da baliza no meio e da distância mais curta entre dois pontos ser um segmento de recta), o Benfica utiliza o meio apenas para conseguir chegar ao outro lado, como se desse outro lado estivesse o pote de ouro no final do arco-íris. Não está. O pote de ouro está no centro da linha final.
“Ah mas temos que utilizar as laterais para desequilibrar o adversário.” – pois temos, mas depois devemos aproveitar os desequilíbrios que surgem no meio! Os que surgem nas laterais são muitas vezes lá colocados de propósito (como por exemplo nós até fazemos e muito bem defensivamente!).
Outro dos problemas que a equipa apresenta é a quantidade de toques necessários para fazer um passe. No Benfica não há passes de primeira. Só há em Jonas, Krovinovic e poucos mais… em tudo o resto, há quase que a obrigatoriedade de dar pelo menos 2 toques na bola antes de a passar – e isto, o número de toques que cada um dá na bola, é o que determina “o ritmo do jogo”, por isso é que se diz que o nosso é lento. É porque é mesmo.
Desculpem este desabafo, mas é uma chatice ver isto, principalmente quando temos jogadores bastante inteligentes no plantel e que o que gostam mesmo “é fazer aquelas combinações a um toque pelo meio em que os outros nem se mexem”. A malta também ia gostar mais, acreditem!
Ora nem mais! ‘(…) e que já se tinha revelado no passado’. Exacto – no Verão de 2015, antes de ele adoptar alguns dos comportamentos da linha defensiva mecanizados com JJ, lembro-me de gozar que defendíamos com ‘marcação homem-a-linha-lateral’…era uma distância risível entre lateral e central do mesmo lado, o lateral tinha a referência individual do extremo adversário e da linha lateral, à qual nunca deixava de fazer contenção…:-D
Defensivamente (ou melhor, no comportamento da linha da defesa, depois melhorou muito. Mas ofensivamente nunca se viu assim tanta evolução e agora é back to the Summer of 2015…
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Está uma análise fantástica ao que se vai vendo infelizmente duas vezes por semana. Gostaria de acrescentar alguns pontos. O inexistente trabalho sem bola, a bola move-se mas há jogadores que não se mexem, o portador da bola quer linhas de passes e há invariavelmente gente que se esconde atrás dos defesas.
A quantidade de gente que temos atrás da linha da bola chegamos as vezes a ter 6 e 7 jogadores atrás da linha da bola quando saímos de trás a jogar… surreal.
Depois o Pizzi, aparece sempre para dar uma linha de passe atrás da linha da bola ou abre num corredor intermédio normalmente o esquerdo para dar linha de passe fora do bloco adversário. De há uns largos meses para cá o Pizzi ganhou dois tiques de jogar completamente errados, faz um passe e não consegue abrir uma linha de passe a frente , ou seja passa e fica parado atrás. O segundo tique é pensar que está a jogar futebol americano e tentar sempre um passe largo para a uma assistência de jogo. Sou um fã do Pizzi mas isto está cada vez pior e o Pizzi não foge a regra.
Quanto ao Sálvio é surreal a quantidade de lances que mata por jogo, tentando jogar 1×3 ou 4 ou passando a bola numa leitura aberrante de jogo.
Assim não vamos nem a liga dos campeões no próximo ano.
Abraço
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Chega a ser exasperante ver a quantidade de bolas circuladas por fora do bloco adversário só porque sim com espaço e gente para atacar por dentro. E foi precisamente isso que o João Carvalho tentou sempre fazer no jogo com o Basileia e que esperava que o Pizzi o tivesse sabido acompanhar.
Numa equipa demonstra tremenda falta de imaginação colectiva ao menos que se reunam os indivíduos que mais e melhores ideias têm num 11.
Como já escrevi noutro comentário aqui:
Fejsa, Krovi, J. Carvalho, Pizzi, Zivkovic e Jonas, sempre!!!!
Viva o Benfica!
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Grande Cosimo Damiano, esta não será à altura certa para ressuscitar o memorável ‘Paradigma Rui Vitória’?!…
Fica aqui o desafio, que na verdade é mais um pedido…
Quanto mais tempo mantemos o Mister Fezadas como treinador, mais necessidade tenho de me rir para não chorar.
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