A grande questão, “Que diferenças existiram nos primeiros 30 minutos e no resto do jogo?” não teve até agora, pelo menos do que vi, uma resposta correta. Ao contrário do que muitos dizem, o futebol tem para muitas perguntas respostas corretas, também pode ser analisado quantitativamente, temos é que analisar as variáveis certas – e as estatísticas que aparecem no final do jogo não são suficientes pois não nos dão o contexto – e com isso conseguimos chegar a uma resposta que não é susceptível de ser opinada, pois é um facto.

Na análise que fizemos identificámos um facto que para nós é a resposta para as diferenças que se verificaram. Não houve cá mudanças no esquema tático do FCP (4-4-2) e a responsabilidade é mesmo do Benfica.

Ora aqui temos um facto que analisámos e que diz respeito ao número de passes que ultrapassam adversários (ou seja, são para a frente e deixam para trás adversários) – aqui não apresentamos o número de adversários ultrapassados para não confundir.

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Se repararmos, Bruno Varela fez 5 passes certos (4 deles curtos) e 20 errados (19 longos e  1 curto). Se olharmos para o tempo de jogo, durante os primeiros 30 minutos Bruno Varela errou apenas 3 passes; nos restantes 60 minutos (+ 5 descontos) errou 17.

Pouco antes da meia-hora de jogo, o Benfica desistiu de sair a jogar e começou a bater direto na frente qualquer bola em que Varela interviesse. O resultado foi o esperado, pois a diferença de estatura dos elementos defensivos do FCP para os do Benfica é bastante grande, permitindo-lhes ganhar quase todos os lances. Ganhando a bola, o FCP tornava a atacar. Caso a bola saísse pela linha de fundo ou chegasse às mãos de Varela era uma questão de segundos até terem outra vez a bola em seu poder e iniciarem novo ataque.

Não sabemos se a decisão partiu de Rui Vitória ou da cabeça de Varela, podemos apenas dizer, à luz dos dados que analisámos, que este foi para nós o fator mais preponderante para a ascensão do FCP no jogo e a queda do Benfica.

Outros aspetos a salientar

  • A tentativa do Benfica em chegar ao golo, mesmo reduzido a 10, quando o jogo partiu (últimos 15 minutos);
  • A eficácia e constância ao longo do jogo de Krovinovic;
  • Os desequilíbrios constantes provocados por Grimaldo (Almeida ultrapassava mais adversários através dos lançamentos de linha lateral);
  • Repare-se nos dados de Pizzi. Enquanto a bola chegava pelo chão o português conseguia ir fazendo a diferença. A partir da meia hora, desapareceu (nestes e noutros dados estatísticos);
  • Uma última nota para salientar o espetacular jogo coletivo e super importante que Sálvio fez. O argentino tentou aos 89 minutos pela primeira vez fazer um passe que ultrapassasse adversários e conseguiu (ultrapassou 4 até!). Aos 89 minutos…

 

Temos mais dados analisados e iremos fazer mais posts com o que nos parece mais importantes na análise do jogo e para o possível crescimento da equipa. Se gostaram, partilhem no Facebook ou como quiserem, não custa nada e nós agradecemos.