Rui Vitória sempre teve uma maneira muito própria de encarar os jogos com os grandes. Foco nas preocupações defensivas e no adversário, tentando jogar direto para o avançado, de forma a que este consiga manter a bola o tempo suficiente para a equipa subir um pouco e tentar fazer qualquer coisa. E mesmo que não fizesse, não havia grande problema, havia sempre os esquemas táticos (bolas paradas) para tentar chegar ao golo.

Pois bem, amanhã tal estratégia não será possível de ser utilizada, ou pelo menos os “atores” que possuímos não são especialistas nesse tipo de “papel”. E basear um modelo de jogo sem ter jogadores para o executar é o primeiro grande erro para o insucesso.

Nos anos anteriores, havia um jogador que permitia este estilo de jogo e que se sentia como peixe na água nele. Para além disso, tinha uma capacidade de finalização em que meia oportunidade era suficiente para fazer balançar as redes adversárias e fazer girar à sua volta toda a estratégia elaborada por Rui Vitória. Estamos obviamente a falar de Mitroglou que geralmente nestes jogos virava Mitrogolo. O grego era a peça no motor que tornava válida a escolha daquele carro. Mas agora já não há Mitro e por isso a estratégia terá que ser diferente.

Para além disto, o Benfica já não joga em 4-4-2, esquema que permite um jogo muito mais direto do que o 4-3-3. Principalmente para quem defende em 4-1-4-1.

Sendo o jogo direto aquele que o FCP quer que todos os adversários pratiquem e a 1ª fase de construção o momento em que o Benfica tem maior dificuldade, tem aqui Rui Vitória o maior dilema sobre o modelo de jogo que pretende que a equipa siga no jogo no Dragão. Pelo 11 que entrar em campo deveremos conseguir prever qual o estilo de jogo que vai ser jogado, a não ser claro, que os papéis para os quais os jogadores foram chamados não sejam aqueles a que estamos habituados a vê-los atuar.

Como resolveriam este dilema?