Boa vitória em Guimarães, em particular porque poderá ter servido para Rui Vitória ver cair alguns dos mitos que ainda tinha, o que pode aproximar muito mais o Benfica de melhores resultados.

Quando o 11 foi anunciado, escrevemos aqui, alertando para a falta de coerência com o que tinha vindo a acontecer até então. Não que fossem más as mudanças, muito pelo contrário, mas iam contra o que havia sido feito até então, e que por acaso era bastante pobre. Bom sinal portanto.

Com o jogo de Guimarães caem vários mitos:

  • Jonas não pode jogar sozinho na frente num 4-3-3;
  • Krovinovic afinal deveria ter sido inscrito na Champions, pelo menos se o intuito é ganhar;
  • Não comparem Krovinovic com Filipe Augusto, Samaris, Chrien ou outros que tais. Como já dissemos, quando daqui a uns anos alguém vos disser que Samaris e Filipe Augusto tiravam o lugar a Krovinovic vocês já não se vão lembrar, porque as coisas más (relacionadas com o Benfica) nós queremos é esquecer!

No entanto, não gostamos de chorar sobre o leite derramado e há muita uva para apanhar até acabar a vindima; é necessário olhar para o que foi feito e aprender, mas acima de tudo olhar para o que pode ser feito. O jogo de ontem pode, e deve, ser um bom ponto de partida.

Ainda poderá haver quem ache que o segredo esteve na tática. A realidade é que a tática, o 4-3-3, deu maior segurança defensiva à equipa mas traz menor pendor ofensivo, pelo menos da forma que Rui Vitória tem aplicado o 4-3-3. Claro que será sempre útil em alguns jogos, mas há outras dinâmicas do 4-3-3 que podem ser trabalhadas e que colocariam a equipa mais atacante. No entanto, continuamos a achar que para 80% dos jogos, e perante este plantel, o 4-4-2 (também com dinâmicas diferentes das que temos tido) será a melhor solução.

Muito mais importante do que a tática foi a escolha dos intervenientes para estarem dentro de campo. Os dois melhores jogadores do jogo de ontem estiveram no banco sempre até agora (no caso de Krovinovic, o amigo) e em alguns jogos da Champions (o E.T. do nosso campeonato, o “inteligência” Jonas). O que por aqui temos vindo a defender, “os melhores têm que estar lá dentro”, começa a fazer sentido para alguns.

O amigo croata foi explicado aqui, ainda antes da época começar e aí dizíamos:

“O cérebro e o pé direito são os seus principais recursos e estamos em crer que toda e qualquer oportunidade que seja dada ao croata será aproveitada. A sua capacidade de ler o jogo e o adversário são colocados em prática em todos os segundos”

Enquanto que muitos têm a necessidade de tocar muitas vezes na bola para ela fazer o que eles pretendem, há outros que ainda não tocaram nela e já sabem o que vão fazer e depois basta um simples toque para fazer toda a diferença.

Num artigo que passou ao lado de muitos, explicámos como é que podíamos jogar em 4-3-3 com Jonas sozinho na frente:

“A fazer esse papel de arrastar os centrais para fora da linha defensiva, Jonas. Em vez de termos uma referência atacante, Jonas seria um falso pivot ofensivo, com o único objetivo de criar espaço nas suas costas para as diagonais interiores sem bola de Zivkovic e Rafa, com o brasileiro a surgir apenas numa 2ª vaga.”

 

E por fim, os mesmos princípios mas agora jogando em 4-4-2.

São os jogadores que fazem a diferença!

Não está tudo bem, mas houve algumas melhorias evidentes. Ter em atenção o período que antecedeu o 2-0 e após o 3-0 onde o Benfica foi controlado e dominado.

3 pontos. Next!

O que vos pareceu o jogo?