aqui abordámos a questão tática após vos termos questionado o que é que deveria acontecer – aqui. Cerca de 41% dos inquiridos defendia a mudança tática (para 4-3-3 ou 3 centrais), enquanto que os restantes indicavam que o problema não estava aí ou simplesmente que se devia manter o 4-4-2.

Segundo a imprensa, contra o Manchester United o Benfica jogou em 4-3-3 e notaram-se algumas melhorias a nível defensivo. No nosso entender, jogámos em 4-5-1 (ou 4-1-4-1 para sermos mais precisos) e claro que se defende melhor com mais do que com menos. Tão só isto.

A questão que agora se coloca é se o Benfica deve insistir nesta nova abordagem tática ou se deve voltar ao 4-4-2.

Diríamos que a resposta se deve encontrar algures a meio caminho. No domingo contra o  Desportivo das Aves não fará sentido jogar em 4-3-3, pois o Aves jogará com um estilo demasiado defensivo e onde se impõe a presença de dois avançados.

Se tivermos em conta que o nosso melhor jogador, Jonas, não encaixa no 4-3-3, então o 4-3-3 deixa de ser uma solução e passa a ser apenas parte do problema. Ou conseguirá Jonas ter rendimento num 4-3-3? A resposta é sim, se o 4-3-3 for na realidade um 4-4-2 que em organização defensiva se transforma num 4-1-4-1.

Ao contrário do que a maior parte dos adeptos acha, os sistemas táticos não são tão estáticos quanto se pensa e facilmente um 4-4-2 em organização ofensiva se pode transformar num 4-1-4-1 em organização defensiva, sendo que obviamente seriam vários os momentos (principalmente de transição) em que defenderíamos partindo do 4-4-2 com que estávamos a atacar.

Jonas faria o que Filipe Augusto esteve a fazer por exemplo, juntando-se à linha média numa fase defensiva e saindo ao médio que estivesse na sua zona de intervenção. Seria mesmo possível ter Jonas ou o outro avançado a fazerem este papel consoante o lado da bola. Implicaria maior desgaste físico, mas pontualmente a solução terá que passar por aqui (ao invés de retirar Jonas do 11).

A principal vantagem desta organização é a presença de Fejsa entre linhas (impedindo a bola de entrar aí) e disponível para dobrar o companheiro do meio-campo que seja chamado a pressionar mais à frente.

A pergunta que é importante fazer (de forma a avaliar a importância ou não da mudança) é “quantos jogos é que o Benfica é obrigado a jogar mais de 10% do jogo em organização defensiva?” ou “quantos golos já sofreu o Benfica em organização defensiva?” E a resposta é igual para ambas, muito poucos. Então nesses casos, em que saibamos que estaremos mais tempo em organização defensiva, o 4-1-4-1 é uma possibilidade, mas defendemos nós, com a presença de Jonas em campo. Se conseguirem arranjar uma forma de Jonas jogar a partir do banco, então concordamos que ele seja suplente; caso contrário, os melhores são para estar lá dentro, e o melhor dos melhores, a anos-luz de todos os outros, tem que jogar sempre que esteja em condições!

Contra o Aves defendemos o 4-4-2 nos dois momentos de organização. Porque a principal diferença, do último jogo para os que o antecederam, esteve nos intervenientes, na atitude e na concentração e não na variação tática. Esta existiu e ajudou, mas muito mais influentes foram os jogadores que jogaram e a forma focada como o fizeram. A variação tática ajudou a defender, mas a ausência de Jonas impediu-nos de atacar. Jamais conseguiremos ter um Benfica Pentacampeão sem Jonas. E felizmente Rui Vitória sabe disso.

E vocês? Que tática utilizariam no domingo? E nos jogos com maior grau de dificuldade?