O Benfica entrou da melhor maneira neste campeonato. Ganhou bem e jogou ainda melhor. O Braga apresentou-se a um nível bastante elevado, tendo portanto os 58.826 assistido a um espetáculo que parecia tudo menos de início de época. De destacar a qualidade das duas equipas dos 0 aos 90 minutos e a pressão asfixiante que o Benfica conseguiu por várias vezes fazer.

Defensivamente, todos os lances de perigo tiveram origem em erros individuais, a maior parte técnicos e não táticos. Isto é explicado pelas rotinas que todos têm bem presentes pelo facto de já jogarem juntos, a maior parte deles, há alguns anos. As falhas explicam-se pela altura da época ou pela falta de qualidade.

Ofensivamente, foi um festival… Jonas e os seus 3 mosqueteiros (Pizzi, Seferovic e Cervi) deram chocolate para todos os gulosos que os quiseram ver.

Individualmente:

Bruno Varela – mantém os erros do jogo anterior; continua a não controlar a profundidade da linha defensiva (como no golo do Braga) e a decidir mal aquando da posse de bola.

André Almeida – defensivamente irrepreensível, ofensivamente muito presente. Tal como no jogo passado, André Almeida a aparecer muitas vezes a apoiar o ataque e a criar desequilíbrios. A jogar assim, a lateral direita é dele, venha quem vier.

Luisão – Irrepreensível em tudo o que não exija velocidade. Quando lhe exigem, fica para trás. Talvez possa ser ainda da pré-época (pois está mesmo muito lento), mas continua a ser o pilar da defesa e a voz de comando dentro de campo (que o diga Varela quando fintou um adversário e ficou com as orelhas a arder).

Jardel – Melhor do que no jogo anterior, mas ainda com alguns erros imperdoáveis que originaram lances de perigo (e o golo do Braga).

Eliseu – Jogo bastante conseguido do vespas. Mais inteligente do que muitos pensam, foi muito importante na pressão alta que a equipa efetuou. Podia ter estado melhor no golo do Braga.

Fejsa – Importantíssimo na pressão alta que o Benfica fez. No entanto, tem a melhorar o não ir à queima neste tipo de lances, pois acabou por ser algumas vezes batido e originar alguns lances de perigo do Braga. A sua capacidade de ler o jogo e se posicionar no sítio certo assusta de tão certeira que é.

Sálvio – O homem tem golo e muitas rotinas com o resto da equipa, principalmente nos movimentos de ruptura nas costas da defesa adversária. Mas faz-lhe falta um cérebro…Fez borrada atrás de borrada e depois empurrou uma bola que já ia entrar e ficou “feliz por ajudar a equipa com o golo”. Pior do que infantil a decisão que teve aos 26 minutos. Acefalia total.

Cervi – Muito bem a combinar com os seus colegas com triangulações em espaços de terreno muito curtos. Fez um jogo bastante conseguido e apesar de ser o menor mosqueteiro não faz dele menos do que um muito bom jogador.

Pizzi – Se na Supertaça já tinha estado a um nível que roçou a perfeição, ontem virou o disco e tocou o mesmo…simplesmente espetacular Pizzi. A defender, a atacar, a jogar e sobretudo a fazer jogar. Não o tirem do meio, pois é lá que há mais jogo e onde Pizzi aparece mais. Aceita-se a derivação para a direita principalmente pelo que Pizzi continua a dar no centro quando joga na direita.

Seferovic – Para quem ainda não percebeu, sim, este não engana mesmo. Tem um cérebro que lhe permitiu entrar nos mosqueteiros e um pontapé que promete furar muitas redes. Os movimentos de apoio (como no lance do 1º golo), perfeitos. Os de ruptura como ao minuto 24 (trivela de Pizzi), espetaculares. A espontaneidade de remate de ver e chorar por mais… oh rapaz, ainda bem que apareceste!

Jonas – É um E.T. na Liga Portuguesa. Já todos sabemos isto, mas convém não andar a espalhar porque o homem só tem 33 anos e os chineses ainda vêm cá e dão 50M€ pelo homem e depois ficamos todos a chorar… a genialidade do que viu (ou imaginou na sua cabeça) na assistência para o 1º golo é assustadora. O seu golo é fisicamente perfeito. Tudo o resto, é demasiado bom para ser feito por um terrestre que esteja na Liga Portuguesa. De peito, cabeça, calcanhar… Jonas escolhe sempre a parte do corpo que estiver mais à mão para pintar mais um traço de futebol inteligente. Oh homem, tu por favor não te lesiones que os mosqueteiros precisam do seu D’ArtaJonas!

Filipe Augusto – entrou e o Braga não criou mais perigo. Muito bem Rui Vitória nesta substituição.

Raúl Jiménez– jogue 1 ou 90 minutos e a raça é sempre a mesma. Combinou bem com os colegas os poucos minutos que esteve em campo.

Diogo Gonçalves – entrou e em segundos ia marcando um golo após espetacular trabalho e passe de André Almeida. Chegou atrasado…

Para amanhã de manhã (11h00), fica prometido um vídeo com a análise detalhada de todas as jogadas relevantes do Benfica e do Braga. Por agora, se ainda não viram, vejam aqui a genialidade de Jonas.